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Uso correto do "Onde" e do "Aonde"

Onde = lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que normalmente pedem a preposição em:
  • Onde estás? – Em casa.
  • Você sabe onde fica o Sudão? – Na África.
  • Onde moram os sem-terra?
  • Não entendo onde ele estava com a cabeça quando falou isso.
  • De onde você está falando?
  • Não sei onde me apresentar nem a quem me dirigir.
Aonde = a que lugar. É a combinação da preposição a + onde. Indica movimento para algum lugar. Dá idéia de aproximação. É usado com os verbos ir, chegar, retornar e outros que pedem a preposição a. Exemplos:
  • Aonde você vai todo dia às 9 horas? – A Brusque.
  • Sabes aonde eles foram? – Ao cinema.
  • A mulher do século 21 sabe muito bem aonde quer chegar.
  • Não sei aonde ou a quem me dirijo.
  • Aonde nos levará tamanha discussão?
  • Faz três dias que saiu do Incor, aonde deverá retornar brevemente para uma revisão.
  • Estavam à deriva, sem saber aonde ir.
  • Há lugares no universo aonde não se vai sozinho.
É preciso atentar para a colocação desses termos quando complementam uma locução verbal com o verbo auxiliar ir, que pode confundir o redator. O que interessa observar é o verbo que tem ligação com onde/aonde, qual seja, o verbo principal (o que vem por último). É o caso desta frase, retirada da revista ISTOÉ:
  • Na terça-feira, antes de viajar para Madri, onde foi receber o prêmio "Príncipe de Astúrias", o presidente Fernando Henrique Cardoso estava preocupado com a retomada da onda de violência nos Estados.
Uma frase que merece comentário à parte: Nossos produtos vão até onde (ou aonde?) você está.
Como se pode usar até a ou simplesmente até (pela questão da ambiguidade), valem as duas formas:
  1. Nossos produtos vão até onde você quiser.
  2. Nossos produtos vão até aonde você quiser.
Só que, nesse caso, tão importante quanto escrever correto é escrever com estilo. Voto portanto na frase (1).





Fonte: Sobre a autora:
Maria Tereza de Queiroz Piacentini é catarinense, professora de Inglês e Português, revisora de textos e redatora de correspondência oficial há mais de vinte anos. Em 1989 foi responsável pela revisão gramatical da Constituição do Estado de Santa Catarina e no ano seguinte publicou artigos sobre questões vernáculas em diversos jornais. Retoma agora a publicação de colunas semanais com temas atualizados, em vista da experiência adquirida e das inúmeras consultas que lhe têm feito pessoas de todo o País depois que lançou o livro Só Vírgula - Método fácil em 20 lições (UFSCar, 1996, 164p.). Também teve publicados, em 1986, dez módulos da Instituição Técnica Programada - ITP,Português para Redação, edição esgotada.
Hompege: www.linguabrasil.com.br

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